Sala de Armas [Contos] by Nélida Piñon


Sala de Armas [Contos]
Title : Sala de Armas [Contos]
Author :
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ISBN : 8501051179
ISBN-10 : 9788501051172
Language : Portuguese
Format Type : Paperback
Number of Pages : 124
Publication : First published October 19, 1973

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Sala de Armas [Contos] Reviews


  • Paula Mota

    #emsetembrolemosBrasil

    3,5*

    E quando se descobriu grávida, como se não partilhasse a fecundação com ele, mas com o vento que sempre transitou pela casa, enviou-lhe bilhete: perdemos a casa a um só tempo, não é sua nem minha. (...) E quando a barriga veio até as montanhas da cidade e não se duvidava mais, o primo compreendeu a casa então é do herdeiro.
    - A Sagrada Família

    Ler Nélida Piñon foi um verdadeiro desafio do qual pensei inicialmente em desistir, mas havia algo nestas frases intrincadas que me fascinavam e me levaram a ler duas vezes os primeiros contos, para me acostumar a este estilo que considero obscuramente original. A escrita desta autora brasileira é complexa, quase arcaica, parecendo às vezes que lhe faltavam palavras e a mim, concentração e capacidade para lhes dar sentido.

    Seu desaparecimento foi observado muito depois. O pai ainda tentou aos gritos: venha, coisa feia, mais parece cobra rastejando no chão. Comprazia-se em revelar-lhe a feiúra, sua lerdeza condenava. Ele vasculhou por toda parte. Como que a imaginava estática, copiando árvore e pedra, sua afinação secreta.
    - O novo reino

    “Sala de Armas” é uma colectânea de contos povoados por gente bizarra e situações insólitas, a transbordar de realismo mágico, que me fizeram lembrar constantemente Julio Cortázar, de quem Nélida foi amiga, mas sem me deixar a mesma sensação de vazio e de frustração que a obra do autor argentino.
    Não tendo havido nenhum conto perfeito, houve vários que andaram lá perto, como “A Sagrada Família”, “Cortejo do Divino”, “Oriente Próximo”, “Sala de Armas”, “O Novo Reino”, “Ilustração da Graça” e o mais famoso, “Colheita”.

    Quero morrer com os olhos abertos, contemplando o teto, seus escudos mágicos, a aristocracia da madeira. Ali plantou-se minha história, uma concentração de sumos, cor de açafrão, tintura real. Todos os capítulos sempre que a memória consentiu, desde o meu nascimento até a decisão de imobilizar-me aqui e construir castelos, açudes.
    - Sala de Armas

    Creio que é um livro que merece nova leitura de futuro, para melhor apreender a imaginação fértil e a linguagem barroca de Nélida Piñon.

    A denúncia havia surgido quando se descobriu aquela veemência. O fato do homem e da mulher terem adotado hábitos amorosos que contrariavam tudo que se inventara até então, ao menos era esta a suspeita geral. (...) Evidências confirmaram que não haviam abandonado o quarto em que se estavam amando por um período acima de 400 dias, sem suas peles perderem o colorido das maçãs.
    - Cortejo do divino

  • Naira

    "La vieja le pidió agua como si exigiera un remedio. La mujer le dió agua como si impusiera un veneno."

    Tiempo de las Frutas

  • Mauro Kleber

    Não vou dizer que é mal escrito, porque não é, mas não gostei. Muito metafórico, além da conta. Achei chato.