Getúlio by Juremir Machado da Silva


Getúlio
Title : Getúlio
Author :
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ISBN : 8501070831
Language : Portuguese
Format Type : Paperback
Number of Pages : 434
Publication : First published January 1, 2004

Quem foi Getúlio Vargas? Um oligarca com pendores sociais, um revolucionário inesperado, um ditador cínico, um reformador social maquiavélico, um fascista tupiniquim, um homem sedento de poder e sem escrúpulos para conservá-lo, um político do seu tempo com um projeto que mudou o Brasil, um democrata que morreu para lavar a própria honra? Passados 50 anos do seu suicídio, que o tornou mito, o enigma Getúlio persiste. Os historiadores dão conta da sua época. Os sociólogos o esvaziam em conceitos prêt-à-porter. O homem continua múltiplo, sedutor, complexo, contraditório, paradoxal. Um personagem de romance, o romance da sua vida.


Getúlio Reviews


  • Ricardo Grings

    Bom livro - excepcional pesquisa.
    "Cherchez la femme" é a expressão mais usada no livro e é realmente talvez a melhor tradução de como o Brasil é usado como fundo de cena para briga de ego para obter o fim geral: a conquista. O argumento central do livro é que todo o poder gira em torno de movimentos relacionados com demonstrações de poder para chegar às conquistas das "bocetas quentes e ardentes".
    (O que, aliás, talvez seja a mola mestra de todo o capitalismo - tudo o que se faz, no fim das contas, é por conta da conquista dessas "bocetas quentes e ardentes")

    Como romance, bem fraquinho (apesar da tentativa de criar um fundo), mas como construção do momento histórico brasileiro de meados do sec XX, é uma leitura bem interessante.
    O livro requereu uma pesquisa minuciosa e exaustiva que o Juremir fez para ser lançado nos 50 anos do suicídio de Getúlio. Como passei minha infância/adolescência na cidade de Getúlio Vargas, tive sempre a presença da carta-testamento como monumento da praça da cidade e sempre tive interesse nesse personagem único da história brasileira. Em 2005 estive em São Borja (cemitério e museu) e na estância do Getúlio (ciceroneado pelo Walter Nique, pedetista histórico e getulhista notório), em Itaqui - imagens que a leitura do livro evocava em vários instantes.

    O Juremir constrói um romance biográfico costurando uma das possíveis versões dessas milhões de narrativas sobre o tempo e os personagens, mas baseado em muuuuuita pesquisa histórica para construir os personagens reais e suas relações ao longo do século XX, que desembocaram no Estado Novo e no governo do Getúlio.
    Divide o livro em duas partes:
    (I) 27 capítulos, intercalando momentos e descrições da reunião de ministros ocorridos no início da madrugada do dia 24/ago/54, horas antes do suicídio, em que narra possíveis diálogos e impressões, baseados nas características dos atores daquele momento de crise, demonstrando a tensão daquela madrugada; intercalando com capítulos de lembranças e ocorrências do passado, que conduziram Getúlio ao poder e das suas relações familiares, além de uma outra linha narrativa do encontro de dois personagens que discutem em uma visita ao Catete transformado em museu de décadas depois, entre um velho (getulhista) e uma velha (anti-getulhista). A habilidade de construção e compreensão dos personagens com base em memórias e em conversas ou situações imaginadas pelo autor para descrever e dar a tônica pretérita para o jogo de forças que desaguam naquele momento, é muito precisa, apesar de por vezes ser um tanto forçada e pouco crível como romance, mas ainda assim a tentativa é muito válida.
    (II) 29 capítulos, que narram episódios relacionados ao atentado da rua Tonelero e as tramas envoltas naquele momento, tentando construir uma narrativa (ou levantando algumas possibilidades de narrativas possíveis, envolvendo os diferentes atores e forças relacionadas com o momento) da trama que vai se desenrolando ao longo dos dias que se seguem e vão tomando conta da opinião pública e escalando a ponto de tornar insustentável a situação. Esse desenvolvimento é bem feito, demonstrando as tensões entre as diferentes forças e levantando possibilidades que pudessem justificar realmente aqueles momentos, aliados a momentos de memórias de momentos passados para construir o instante até chegar ao suicídio propriamente dito.
    Inclui na narrativa um personagem fictício, um biógrafo que o acompanha nesses dias, com quem conversa e a quem faz as anotações, que é o filho de um ex-amigo-inimigo que aparece de repente e a quem se abrirá (também muito pouca verossimilhança): Tércio Ramos, mas que é inserido na narrativa. Ele também tem, assim como Lutero (filho de Vargas) uma paixão por uma alemã que desaparece da sua vida (que depois descobre ter sido obra do governo) - e no final é esse Tércio a quem o Getúlio passa os seus diários antes de morrer, com a promessa de que somente fossem divulgados depois de 50 anos, que já velho se encontra para conversar com Hanna, uma amiga íntima da ex de Lutero (que mantinha um threesome com Ingebourg, a ex de Lutero e Paulo Amato), e que seria esse o segredo maior que o Lacerda tinha e pela qual o Lutero teria sido o 'mandante' do atentado - e ao sair do museu do Catete para buscar os diários, o biógrafo morre com balas perdidas de um confronto entre política e traficantes.

    Ainda que assuma uma posição política claramente de apoio e certa admiração (que se nota na construção dos personagens ), o autor usa muito bem o casal de velhos como forma de levantar os aspectos polêmicos que não esconde, colocando a defesa das atitudes de Getúlio para o velho e fazendo a velha exercer o papel de denunciadora das críticas e denúncias para a velha, gerando um ponto de atrito - que se serve como base para abordar os extremos do personagem, claramente muito pouco crível em uma história onde ambos são conhecedores profundos da biografia do Getúlio, mas não sabem das coisas que o outro aborda no debate. Mas enfim, como estratégia narrativa, funciona.

  • Sami Eerola

    The biography of the Brazilian right-wing dictator Getulho Vargas (1882 – 1954) in novell form. When i took this book to read, it did not knew it was a novell. But i read it any way. I did not like it. It was written like a biographical Hollywood movie, with time jumps that made the following of events very difficult. Worst part is that the focus of the book was in who Vargas was as a person, and not so much in what he did. So this is not the best book to learn about Vargas, but more a way to understand whu he did what he did.

    What i did not like, was all the sex in this book. I am not a puritan, but still i do not care who Vargas and his brother fucked and in witch positions